quinta-feira, 6 de outubro de 2011

FEIRA DO LIVRO - CARPINEJAR


ESTIVEMOS NA FEIRA DO LIVRO PARA CONHECER O ESCRITOR GAÚCHO FABRÍCIO CARPINEJAR. RIMOS MUITO COM SUA PALESTRA!
A MARCELA ENTREGOU A ELE O TEXTO “DIÁRIO DE UM BOTÃO DE CAMISA” QUE ESCREVEU NA AULA DA PROFESSORA ELIANE.
PARA OS ALUNOS QUE FICAM CURIOSOS EM SABER QUAL É A PALAVRA ESCRITA NA NUCA DELE, DESTA VEZ... VAMOS CONTAR: VODU. ELE EXPLICOU QUE ESCOLHEU ESSA PALAVRA PORQUE FOI VISITAR UMA FEIRA DE BONECOS!

QUER CONHECER O TEXTO DA MARCELA?

DIÁRIO DE UM BOTÃO DE CAMISA

Aluna: MARCELA SILVA DE ALMEIDA.



SEGUNDA-FEIRA, 02 DE NOVEMBRO.

Que saco! Não agüento mais ouvir o blá-blá-blá daquele zíper idiota. Ando muito irritado, porque o zíper da calça jeans só fala de como foi bom o beijo que deu no zíper da jaqueta de couro. Ultimamente venho pensando como a minha vida é um saco, ter que ficar preso dias dentro do armário da dona Gisela. Eu adoraria mesmo era ser o vestido preto, curtinho, pra sair pras baladas e ver gente diferente. Mas não, sorte ingrata, só sou usado pra ir trabalhar naquele escritório sem nada pra fazer. Mas tenho que me conformar. Quem mandou nascer feio e sem brilho? Meu destino: a boa e velha camisa branca.



TERÇA-FEIRA, 03 DE NOVEMBRO.

Graças a Deus hoje a dona Gisela decidiu me usar. Ela me pegou, me vestiu, vestiu também aquela chata daquela calça jeans fofoqueira e lá fomos nós para o escritório. Que droga! Daqui a pouco eu vou vomitar em cima da calça jeans. Essa dona Gisela é uma barbeira! Tá atropelando todas as tartarugas e isso tá me deixando muito enjoado. Enfim chegamos, fiquei a tarde toda lá naquele tédio. O Paulo chegou e convidou a dona Gisela pra jantar (o Paulo é o namorado da dona Gisela). Lá foi ela embora trocar de roupa pra ir jantar com ele! Chegando em casa ela logo me tirou e me jogou no cesto, atrás da porta do banheiro e foi tomar banho...Nossa! Que visão era aquela? A dona Gisela estava pelada, eu levei um baita susto. Quando vi aquela cena me escondi e fiquei lá no meio das outras roupas sujas.


QUARTA-FEIRA, 04 DE NOVEMBRO.

Jesus, acordei assustado com um barulho insuportável. Ele vinha da lavanderia. De repente vi dona Gisela pegando a cesta em que eu estava e me levando pra lavanderia. Meu Deus! O que era aquilo? Era horrível, todas as roupas sujas estavam indo pra lá. Era uma coisa que girava sem parar... De repente dona Gisela me pegou e me jogou lá dentro e eu não parava de girar. Estava cheio de água aquele lugar. Girava pra cá, girava pra lá, mas de repente parou tudo e a água começou a ir embora misteriosamente. Graças a Deus! Derrepente dona Gisela me pegou e me jogou dentro de outra cesta, eu estava tonto, molhado e também já estava descolando da camisa! Derrepente ela pegou a camisa em que eu estava costurado e estendeu-me em uma cordinha, colocando sobre a camisa dois ganchinhos! Aquela tinha sido a melhor experiência da minha vida, tirando a parte da lavanderia, pois eu estava como um pássaro: livre, embaixo de um sol bem quentinho e um ventinho bem fresco que me fazia balançar pra lá e pra cá. A sensação era ótima. Passei a noite toda lá!


QUINTA-FEIRA, 05 DE NOVEMBRO.

Acordei bem sequinho. Dona Gisela me pegou junto com a camisa, é claro, me tirou do varal e me colocou no cabide dentro do armário. Cheguei lá e encontrei outra camisa que eu nunca tinha visto por lá, igual a minha só que era azul. Logo me apaixonei pelo botão que estava com ela (era uma menina) Yes! Ela era linda, dourada e muito simpática e nós logo nos apaixonamos e conversamos a noite toda sobre a vida!


SEXTA-FEIRA, 06 DE NOVEMBRO.

Hoje estou muito feliz pela chegada do novo botão. A gente brincou muito, mas eu estava com um pressentimento estranho, parecia que ia me acontecer algo diferente. Eu estava com medo!O tempo foi passando e eu comecei a sentir algo estranho, parece que eu estava caindo. De repente a linha se soltou e eu caí. Achei que estava morrendo! O botão da camisa azul veio e me deu um beijo na boca e disse: Eu Te Amo!Nunca ninguém havia dito isso pra mim. Eu dei um sorriso e desmaiei, mas graças a Deus, dona Gisela chegou a tempo e me viu caído no chão. Ela me pegou, pegou a camisa, a agulha e uma linha e foi me costurar. Doeu pra caramba! Depois ela me colocou de novo no armário e voltei a beijar o botão da minha vida!

Um comentário:

Inês Sombrio disse...

Ana Lucia sempre tendo iniciativas maravilhosas, sempre surpreendendo.PARABÉNS!