III Olimpíada de Língua Portuguesa

Três escolas municipais estão na próxima etapa das Olimpíadas de Língua Portuguesa

25 de Setembro de 2012
Vanessa Amando - vanessa.amando@engeplus.com.br

Quatro estudantes da rede municipal de ensino de Criciúma foram classificados para a etapa estadual da Olimpíada de Língua Portuguesa “Escrevendo o Futuro”. De acordo com a secretária de Educação, Olnete Regina Bez Fontana, é um resultado importantíssimo para a Secretaria, pois mostra a reunião de esforços que a comunidade escolar tem feito.
“É uma maneira de verificarmos o potencial que os alunos têm. O que precisa ser incentivado e aperfeiçoado. Um exemplo claro é a vencedora da escola Adolfo Back, pois a instituição tem um dos índices do Ideb mais baixos do município”, destacou a secretária.
Além da Adolfo Back, as escolas José Francisco Bertero e Casemiro Stachurski também terão representantes na etapa estadual da competição. No total, 33 escolas das redes municipal, estadual e federal (IFSC) de Criciúma se inscreveram para participar da olimpíada. Foram 46 textos divididos em poemas, memórias literárias, crônicas e artigo de opinião.
Na categoria poema foi selecionado o texto de Ana Carolina Martins, da escola Adolfo Back. Os melhores textos de memórias literárias são dos alunos Natan Torquato Mendes, da escola Padre José Francisco Bertero, e da aluna Vitória Moreira Aroucha, da escola Casemiro Stachurski. A crônica escolhida foi feita pela aluna Marcela Silva Almeida, também da escola Padre José Francisco Bertero.
Os alunos classificados a partir de cinco de outubro serão julgados pela comissão estadual, na cidade de Florianópolis.

CRÔNICA DA MARCELA

Se as árvores falassem
‘’Fazer o bem sem olhar a quem’’. Hoje acordei com esse ditado popular muito conhecido e usado em nossa cultura martelando meus pensamentos. Gastei um bom tempo na tarefa de buscar um exemplo humano capaz de pôr em prática na sua essência tal ditado, mas nenhum nome ou rosto me veio à mente.
Foi aí que pensei nas árvores, especialmente aquelas da Praça do Congresso, espaço bonito e acolhedor de minha cidade, Criciúma. Elas são um bom exemplo de generosidade e de dedicação, capazes de executar com competência esse ditado, pois aquelas árvores fazem o bem pra tantas pessoas há tanto tempo sem pedirem ou receberem nada em troca, nem mesmo um ‘’muito obrigado’’ ou um simples gesto de carinho e reconhecimento por tantos bons serviços prestados.
Não posso compreender o quanto as pessoas são egoístas!
As pessoas nem param pra imaginar o tamanho da importância que elas têm. Elas fazem com que a área de lazer das pessoas fique ainda

melhor e mais bonita com aquela sombra gostosa de suas copas, com as cores e aromas de suas flores.
Acredito que se as árvores pudessem falar, elas diriam para as pessoas acordarem e notarem que elas estão ali, imóveis, mas presentes, zelando pela harmonia das pessoas, torcendo pra que o piquenique de domingo em família seja bom, pra que as crianças brinquem felizes, sem cair ou se machucar, para que os jovens sentados naquele banco com jeito de apaixonados acabem por declararem-se um ao outro, para que aquele outro casal mais adiante, com cara emburrada, possa fazer as pazes, para que os animaizinhos desfrutem momentos de liberdade com seus donos, enfim, orcendo e vibrando para continuarem sendo testemunhas de tantos momentos felizes.

MEMÓRIAS - NATAN
Marcas que o tempo não apaga
Lembro-me como se fosse hoje... Quando olhava para os lados via muitas árvores e flores, a minha casa humilde, madeira preta, que era uma das poucas da rua.
Religiosamente eu e minha familia íamos ás missas aos domingos pela manhã. Era o lugar e o momento de encontrar os amigos, que não eram muitas, porém verdadeiros. Como o bairro tinha pouca população, todo mundo se conhecia, éramos quase como uma única e grande família, todo mundo se conhecia, éramos quase como uma única e grande família.
Depois que a missa acabava, íamos embora . Chegando em casa, tirava minha roupa de missa, que era um pouco melhor que as outras que se usava e por isso mesmo era reservada só para ocasiões mais importantes e ia descer o morro de carretilha com meus irmãos. Tranquei muito meus dedos no rolamento; quase sempre estava com a ponta dos dedos roxas.
Brincadeira era assim: livre nos domingos e durante os outros dias da semana, só depois da escola.
Meu pai gostava de me ver estudando, mas infelizmente estudei só até a antiga 7ª série,pois tive que parar e trabalhar para ajudar na renda familiar.
Naquela época meu pai trabalhava na mina do seu Juvenil, que ficava aqui no bairro mesmo e que hoje não existe mais. Ali ele viu muitos de seus amigos perderem a vida, pois eram constantes os desabamentos nas minas de carvão, mineral abundante em nossa cidade naquele tempo.
Ser mineiro era profissão perigosa e dificíl, coisa pra homem bravo e corajoso. Sempre via meu ai uma espécie de super-herói.
Aos sábados ele levava nossa família para a boca da mina para almoçar junto dele. Devia ser mesmo muito triste almoçar sozinho até nos sábados. Depois ficávamos brincando o resto do dia até anoitecer.
Realmente é muito bom relembrar esses tempos! Tempos que não voltam mais,mas que ficaram gravados em minha memória até hoje, como cenas de um filme emocionante, com personagens reais, que escreveram e continuam escrevendo uma bonita história de vida dee verdade.
Texto baseado na vida de silvana Torquato Mendes, 40 anos, minha mãe
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