Alunos das Séries Finais da EMEF Padre
José Francisco Bertero receberam a visita de representantes da Ong IDE
Moçambique, nesta sexta-feira, dia 9 de maio.
O missionário Otávio da Rosa contou sobre
suas experiências no país africano, apresentou curiosidades sobre o modo de
vida daquele povo e falou da importância de um trabalho que ajude na inclusão,
no desenvolvimento e na educação daquela população tão carente. Ele explicou: “Estamos aqui buscando recursos para
continuar nosso trabalho. Quando eu e minha esposa Eliane estivemos em Moçambique
pela primeira vez nos apaixonamos pelo que conhecemos. Sempre desejamos
realizar uma missão na África e hoje sinto que minha primeira casa é lá, e
Criciúma passou a ser minha segunda casa.” Ele contou que a expectativa de
vida da população é de 52 anos na capital, que 60% é analfabeta, que o custo de
vida é alto e que há falta de sonhos das pessoas está em segundo plano porque o
essencial é a sobrevivência.
O moçambicano Angelo Duarte Chipendo está
em Criciúma fazendo cursos profissionalizantes para posteriormente retornar ao
seu país e colaborar na implantação de programas sociais. Foi muito questionado
pelos alunos Pedro Backs Jovenal e Jean Vitor Cordeiro que queriam saber sobre
o valor da moeda local, se os homens também envelhecem tão rápido quanto as
mulheres, se há uma confederação de futebol, como é alimentação, qual foi o
momento mais difícil que ele vivenciou, entre tantas outras coisas. Angelo respondeu:
“O pior ano foi o ano de 1983 porque não
tinha comida. Fazíamos fila para pegar farinha pra comer. Lá nós comemos chima
com caril que é algo parecido com a polenta: a chima é feita de farinha de
milho que é branca e caril é um molho.”
A aluna Larissa Casagrande foi
impressionada com relatos das crueldades da guerra civil: “O que mais me chamou a atenção foi o fato de que eles,
na guerra arrancavam as crianças de suas mães e a esmagavam em um pilão. A situação
precária da água e dos alimentos, os sofrimentos das mulheres e das crianças é
muito comum. A lição que eles me passaram foi que mesmo com todo o sofrimento
que as pessoas passam, elas valorizam o que tem e lutam com o pouco que tem pra
ser alguém na vida.”
As professoras Lisiane Potrikus
Martinello, Ana Lúcia Pintro e Andreia de Araújo declararam que ficaram
emocionadas com os relatos que ouviram e com a participação das turmas: “Nossos alunos precisam conhecer outras
realidades para dar mais valor ao que têm. Esses momentos ajudam a sensibilizar
nossos corações e nos transformam em pessoas melhores. Percebemos a curiosidade
deles em relação à vida do moçambicano. Fizeram questionamentos que nos
surpreenderam e acreditamos que irão conversar com seus familiares sobre as
coisas que aprenderam com essas pessoas. Momentos como esse são marcantes e
provocam ações positivas.”
A
escola agradeceu os missionários pela palestra que além de provocar sentimentos
de altruísmo, apresentou muitas informações interessantes aos alunos.
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